Pendurados por um Fio (contém fotos que podem ferir os mais sensíveis)


Já tinha prometido este post há muito tempo.
Na altura imaginei-o com uma vertente cómica.
Hoje não consigo encontrar-lhe comicidade nenhuma após me terem alertado para a notícia do infeliz comentário de uma "senhoró-monstro" de nome Manuela Ferreira Leite e que infelizmente faz parte do nosso panorama político - atingiu-me como uma lança e avivou-me uma dor que, por mais que me abstraia, me divirta ou vire o mundo ao contrário, não consigo deixar de sentir.


 A primeira vez que vi estes ténis pendurados nos fios da rua aqui ao lado achei piada e decidi registar o sucedido. Na altura estavam também umas barbatanas de body-board amarelas mas, essas já não consegui fotografar. Nesse dia uma senhora idosa muito bonita e arranjada sorriu-me e perguntou se as fotos eram para um jornal. Respondi que não era jornal mas que era para meia dúzia de pessoas verem. A senhora continuou a sorrir-me enquanto entrava em casa e despediu-se de mim como se fossemos amigas de longa data dizendo: "faz muito bem, faz muito bem..."


Do pouco que conheço, este facto pode ter variadíssimos significados tais como: vitória, subjugação, humilhação, perda de virgindade ou pura diversão. Para mim, quando vi pela primeira vez, a única coisa que me "subiu à cabeça" foi a visão real do verdadeiro estado do nosso País com um maravilhoso céu azul como pano de fundo - todos de solas rotas e pendurados por um fio!

No actual panorama português quase todos precisamos do milagre de um euro milhões ou de uma lotaria para fazer face a todas as dificuldades sociais que cada família tem de atravessar e superar - de cara alegre de preferência porque tristezas não pagam dívidas. "Há horas felizes" é o slogan da lotaria mas "há horas muito infelizes" é cada vez mais o slogan geral da população que se encontra desempregada, falida ou dos que caminham a passos largos para esse cenário. Houve quem ficasse muito admirado com a minha descontracção na forma de "fazer as honras da casa" à crise, a orçamentos de estado, à troika e todo o arsenal de nomes politicamente correctos dados ao real facto de estarmos todos nas lonas, afogados em dívidas privadas,  estatais, sociais e, literalmente pendurados por dois ou três fios que ainda vão assegurando a sobrevivência de alguns de nós. Sim, porque já são demasiados os que bateram no fundo dos fundos e que, têm de passar a brutal vergonha e humilhação de ter de pedir uma sopa e/ou uma camisola para eles ou para os filhos. Não há palavras que descrevam o drama e a tristeza de alguém que tão fácil ou inadvertidamente chega a este limite. E é na verdade tão mais fácil do que imaginamos chegarmos a essa condição!
Assim, saí-me bem com as "honras da casa" face às dificuldades que têm aparecido apenas porque já tinha tido a obrigatoriedade de me conseguir superar economicamente durante todos os dias de quase uma década, "inventando" sempre o dinheiro que não tinha, pedindo favores, empréstimos e ajudas "aqui e ali". Alguns já paguei, outros continuo a pagar... "e assim sucessivamente". Mas, sempre em abono de causas justas que decidi agarrar independentemente das circunstâncias e com o filtro da verdade e da transparência como escudo protector da minha índole. Dessa invenção diária dependiam algumas das pessoas mais importantes da minha vida. Portanto, agora, a crise para mim tem apenas nomes mais "modernos".

Ontem o meu dia foi repleto de emoções fortes e confesso que algumas delas me afectaram a alma. Fui dar um abraço especial a uma amiga muito querida que está doente mas que vai ficar outra vez muito boa com a ajuda da família e dos amigos... e do nosso actual sistema de saúde, espero!!! É um privilégio fazer parte da  sua vida e sentir que contribuo um bocadinho para lhe abrir um sorriso no rosto.
Confesso que, entre outras coisas, também não ajudou nada andar todo o dia a pensar na senhoró-monstro acima referida e na ferida que a estúpida me voltou a abrir na memória e na alma. Tornou-se um literal pesadelo porque continuei com ela na cabeça pela noite fora e, durante a noite, "quase" tudo é mais assustador... pior ainda quando se trata da imagem da Ferreira Leite!

Ao contrário do que possam pensar nada tem a ver com a imagem exterior mas sim com o facto de existir no meu País alguém que se acha inteligente e superior ao comum dos mortais e que ainda por cima se acha no direito de opinar em forma de "Roleta Russa" sobre o destino dos nossos pais com mais de 70 anos e que tenham o azar de ficar doentes: "tu morres, tu vives".
Pois bem, gostaria muito de poder dizer-lhe na cara o que me vai na alma e acreditem que se algum dia tiver o pouco prazer de me cruzar com tão patética e abominável senhora, terá de me pedir desculpa! Melhor ainda seria obriga-la a pedir desculpas ao País!!!
Com o facto dessa possibilidade ser remota, sinto-me forçada a exorcisar esta atrocidade dentro desta minha "casa na rede". Na verdade, sinto-me na posição de acrobata sem rede alguma mas atrevo-me a saltar na mesma e assumir tudo o que aqui escrevo. O mundo dá muitas voltas e as nossas vidas também... talvez numa dessas voltas a senhoró-monstro perceba e finalmente se consciencialize de que vivemos todos pendurados apenas por um fio - o da vida.

*  *  *
Carta dirigida a MFL

De:
Alda Silvestre (Juíza do 1º Pouco-Juízo do Tribunal da comarca da terra do Zé-Povinho)
Praça do Calimero que passava na RTP
Ministério da Administração da Justiça Pública
Caldas da Rainha

 12 de Janeiro de 2011                                 


                                                                   ATT
                                                                   Exma. Senhora Doutora
                                                                   Manuela Ferreira Leite
                                                                   Directora da Casa da Roleta Russa Portuguesa
                                                                   Largo das Frases Infelizes, nº infinito
                                                                   Lisboa
 
Assunto: Hemodialisados com mais de 70 anos.

Exma. Senhora Directora,
Venho por este meio educadamente alertar V. Exa. para a urgência da sua necessária atenção e especial análise ao assunto mencionado em epígrafe uma vez que, segundo provas credíveis, V. Exa. não teve a menor ética profissional ou pessoal ou ainda uma boa índole para com os seus semelhantes no seu comportamento televisivo dos últimos dias.

A partir deste parágrafo vou deixar as palavras caras para quem as merece e dizer-lhe tudo o que a senhora merece ouvir numa linguagem directa e emocional e, em discurso de experiência directa. Tentarei ser o mais educada possível mas nada posso garantir até ao final deste espaço em branco.

Pois bem, começo por lhe perguntar se a senhora por acaso tem ou teve família? Com a sua idade e a julgar pela sua cara de infelicidade sempre pensei que já teria passado algumas agruras e desgostos (dos graves!) na vida. A avaliar pelas suas sentenças de morte indirecta à população - tipo Roleta Russa - estou agora convicta de que na verdade a senhora deve ter vindo de uma geração espontânea de aberrações pensantes. Não tem ou nunca teve pais, deduzo...! O pior é que a senhora não partilha pensamentos - vomita-os! E eu que até já estive habituada a limpar vomitado com amor, confesso que o vómito dos seus pensamentos me virou o bucho como dizia a minha querida avó e segunda mãe. 

Deixo-lhe então aqui o meu testemunho para que a senhora perceba que todos somos iguais e todos temos os mesmos direitos quando nos vemos e sentimos numa bifurcação de sobrevivência em que nem sequer o próximo segundo da nossa respiração nos pertence mas sim, à decisão de outrem que a pode prorrogar ou suspender. Foi com a maior das decepções que percebi que a senhora afinal não é uma pessoa. Mais decepcionada ainda por ver a frieza com que considera correcto exterminar os pobres doentes em prol dos ricos infelizmente também doentes. Sabe uma coisa? Nasci de uma família modesta mas muito lutadora. Se vi o Calimero desde os primeiros anos de vida e se me esfolo em defesa de causas em que acredito, foi porque o meu pai foi dos primeiros a colocar em casa com muito suor e sofrimento um aparelho transmissor de imagem para as suas meninas e porque a minha mãe me ensinou a gostar das pessoas desde que elas também gostem de nós - sempre brinquei com pés-descalços (literalmente), ricos, ciganos, de cor escura, mais novos, mais velhos. Em suma, só me afasto de quem não me respeita. No entanto, há sempre a excepção à regra e, consigo é o caso. A senhora não me respeita mas gostaria muito de me aproximar de si só para lhe lembrar de que a senhora corre o risco de morrer de velha e de que também corre o risco - tal como todos nós - de ter uma morte naturalmente lenta. Só depois de ver a minha mãe sofrer tanto é que percebi o significado do nome habitualmente usado pelo povo negro de "Boa-Morte". É muito mais importante do que julgamos ter a sorte de "acordar morto". Mas, para quem não tem essa "sorte" o caminho até lá pode ser muito penoso. Mais penoso será se tiver de atravessar a agonia de saber que há um ou mais carrascos como a senhora que "decidiram" deixar morrer por questões meramente económicas.
Apesar de estar muito zangada com a sua postura  e estar capaz de me transformar na "mulher que mordeu a Ferreira Leite", não consigo desejar-lhe o mesmo destino que a minha mãe teve de atravessar até se transformar na minha Estrela do céu e que eu vejo todos os dias daqui... e estão lá tantas outras Estrelas que pertencem ao meu e a tantos outros corações aqui em baixo...

                                                                                                                                            
Era linda a minha mãe mas, já nesta altura tinha a sentença de morrer demasiado jovem se não fosse operada ao coração num curto espaço de tempo. Naquela época os meus avós gastaram todas as economias que tinham para tentar salvar a vida à filha sem terem qualquer garantia de nada uma vez que tais operações ainda eram quase experimentais mas, graças ao profissionalismo dos médicos e à união da família a aventura teve um final feliz. Reparou no que acabei de escrever Sra. aspirante a directora da Casa da Roleta Russa Portuguesa? Reparou que quer voltar a regredir no tempo? Vivem os ricos ou remediados e morrem os pobres.
Voltando ao assunto dos doentes com mais de 70 anos e que necessitam de hemodiálise para sobreviver, necessito relembrar-lhe que a maior parte dos reformados têm reformas de caca para não dizer de merda. O dinheiro que recebem não chega para as necessidades básicas de sobrevivência quanto mais para despesas de saúde ou tratamentos de Hemodiálise. E, é necessário que tenham a sorte de não ter mais complicação de saúde nenhuma - como se a insuficiência renal fosse pouca coisa e pouco sofrimento... .
A avaliar pela sua frase a senhora não tem mesmo noção dos custos de cada sessão de Hemodiálise e/ou tratamentos que cada doente necessita a equiparar com os valores médios de reforma de cada um.

Depois de estar sentenciada pela própria vida para morrer aos dezassete anos e depois de três operações ao coração, só por volta dos sessenta e oito anos de idade é que a minha mãe ficou gravemente doente  e onde a única matéria em bom estado era o cérebro. Até essa data foi uma doente crónica muito saudável e uma guerreira também. Com a devida consciência da sua condição física sempre nos mentalizou de que a morte era uma consequência natural da vida e foram poucas as vezes que se assustou com as atrocidades que o seu corpo físico subjugava o seu emocional. Mas sabe minha senhora copinho de Leite? Por mais valente que seja o ser humano, nenhum de nós quer morrer para sempre! E para atravessar a linha entre a vida e a morte também ninguém quer sofrer. 
A senhora já viu alguém morrer? Já viu alguém a agonizar de dor? Consegue imaginar-se a ser espetada por agulhas do tamanho das canetas com que escreve as suas asquerosas sentenças, tê-las no braço durante quatro intermináveis horas e repetir a dose dia-sim, dia-não? Já ajudou a aliviar o sofrimento de alguém que lhe pedisse ajuda? Se o fez, e disse o que disse... é ainda uma pessoa pior do que eu imaginava. "Pagar os tratamentos porque o sistema não suporta..." Quer que lhe diga o que é que o sistema e o português não suporta? 
- Pessoas como a senhora que ganham este mundo mais o outro todo; que acumulam reformas por méritos estatais inventados só para alguns; que gastam e gastaram estupidamente grande parte dos fundos recebidos em prol do crescimento económico - esqueceram-se apenas de mencionar o nome dos bolsos onde o crescimento ia acontecer...; que mudaram toda a frota de viaturas de estado não sei quantas vezes - houve um dia em que me lembrei de vos dar umas boas pauladas enquanto segurava a minha mãe de pé porque depois de quatro horas sentada agarrada a uma máquina de diálise, teve uma crise súbita e teve de estar mais quatro horas sentada num banco de plástico duro do hospital com uma hemorroida gigantescamente inflamada e que lhe fazia verter o sangue da transfusão que tinha acabado de receber dois dias antes. Fui um bocadinho inflamada "pedir" aos enfermeiros que a ajudassem mas na verdade reconheço que todos os médicos e enfermeiros são fazedores de muitos milagres tendo em conta todas as condições que pessoas como a senhora lhes roubam para trabalhar - provavelmente, os senhores precisam de estofos confortáveis e mudam a frota de viaturas pelo mesmo motivo - hemorroidas demasiado inflamadas! Ah, e também me recordo de terem mudado todos os computadores da Assembleia da República - era realmente estritamente necessário porque alguns dos vossos cérebros mesquinhos e usurpadores já estavam a abarrotar de vírus!
Enquanto isso tudo decorria nas vossas vidas difíceis e martirizadas eu, e muitos milhares como eu, viveram mais de uma década sem férias ou fins de semana de sexta a segunda, sem subsídios por nos arriscarmos a caminhar pelo próprio pé; a gastar o que tinha e o que não tinha para suportar todas as despesas de alimentação, saúde, farmácia e transporte próprio de forma a que nada faltasse à minha mãe para lhe dar qualidade de vida dentro da pouca que era possível e para que ela se sentisse querida e amada para nem sequer pensar em desistir de viver. 
Sabe senhora Leite Azedo, os hemodialisados de 70 anos também têm famílias que os amam - e afortunados são os que têm! Também têm sentimentos e são gente! Alguns deles, apesar de dependerem das máquinas, conseguem ter vidas quase normais e ainda ajudam a economia do país a progredir - ou antes, ajudavam, porque agora o país já não tem ajuda possível. Alguns deles são pessoas mais felizes do que a senhora, mais alegres e mais válidos - mesmo aqueles que não poderão pagar os tratamentos a avaliar pelo pensamento mesquinho e redutor de V. Exa. 
Quando infelizmente têm uma ou várias fatalidades e/ou entram em descompensação orgânica olham-nos de olhos demasiado baços a pedir ajuda para aliviar o sofrimento, querem falar ou dizer onde lhes dói e já mal se ouvem, precisam de comer e já não conseguem porque o organismo rejeita, querem respirar mas o corpo já não deixa porque já começou a fechar todas as "portas e janelas" por onde a luz da vida passa. 
Sabe minha senhora ignorante? Alguns, por vezes morrem... E deixam outras pessoas a morrer de saudades deles para sempre.

Não sei se entendeu a mensagem  mas deve-me a mim e a milhares de pessoas, no mínimo, um pedido de desculpas!

*   *   *  
Agora,
Imagine a senhora se isto fosse consigo...?! A minha mãe era uma mulher bonita e que sempre aparentou dez anos a menos do que tinha... em três meses e com 68 anos ficou desfigurada, subnutrida e com os médicos a acharem que ela não aguentaria mais do que um ano. Mas aguentou muito mais de um ano e fez diálise depois dos 70 anos - com médicos e enfermeiros que "quiseram" sempre que ela superasse cada crise! Estou em dívida com todos eles e com tanta gente que a amou e que me ajudou a ampara-la durante tantos anos. Sofria tudo calada, sem queixumes e na maior parte das vezes com um sorriso. Poucas foram as vezes que a ouvi dizer que não aguentava mais. Foram também muito poucos os que não a trataram condignamente - esses tristes deviam ter a mesma linha de pensamento da senhora.
Sinto-me em dívida com o Instituto Português do Sangue e com centenas de portugueses e quem sabe estrangeiros por me terem oferecido a dádiva de a ressuscitarem infinitas vezes. De nos terem dado tempo para nos amarmos muito, de me ter deixado a maior lição de amor, de grandiosidade de alma e, de não termos deixado nada por dizer - quase nada pelo menos! Sofremos muito, é certo, mas também rimos muito juntas e "brincámos a sério às mães e às filhas"... e eu era mesmo mãe da minha mãe.

Nos dias em que estava "cheia de saúde"...
Pois é! Foram muitos os dias em que todos pensavam que ela não passava daquela hora mas com a sua força mental passava sempre. E voltava sempre a pôr-se de pé. A velocidade com que o seu corpo diminuía e mirrava foi proporcional ao tamanho da sua grandiosidade de espírito. E tinha uma energia tão especial que mesmo "feiinha" aos vossos olhos, todos lhe dedicavam um carinho especial e me diziam: "a sua mãe tem uns olhos... nem sei explicar". Isso deixava-me muito orgulhosa e na verdade não era preciso explicar nada - conseguia transmitir tudo o que queria mesmo sem falar.


Pode ser chocante mostrar estas fotos mas ela sempre me pediu para que a descrevesse como um exemplo de força, coragem, determinação e de não desistência para todos os milhares de pessoas que atravessam doenças difíceis e que estão a lutar por uma merecedora cura ou até por um final suave, tranquilo e sem dor.
Afinal, são todos heróis!

A dor também se "vê"
Era Verão e assolava-a um frio indescritível associado a uma dolorosa indisposição. Parece que estava acordada mas não - dormia. Tinha acabado de me pedir: "Segura-me filha porque eu não aguento mais...!" "Segurei-a"... e aguentou muito mais do que ela própria imaginara surpreendendo tudo e todos - mais ano e meio. E ainda valeu muito a pena!        


Ainda vieram mais dias cheios de luz e muitos abraços dos seus queridos meninos (já bisnetos) com quem adorava partilhar amor e sorrisos.

Depois, não percebi muito bem o que se cansou primeiro, se o corpo se a mente...
Ainda hoje tenho receio de que tenha desistido de viver para me dar uma outra vida a mim.
Numa das muitas madrugadas em que dormitava encostada no meu ombro, abriu os olhos, viu-me a escrever num papel mal iluminado, sorriu, voltou a fechar os olhos, deslizou a sua mão magrinha e delicada até à folha que eu tinha no colo e deixou-a lá ficar muito tempo olhando-me de vez em quando e sorrindo como que se me dissesse: "continua...!"

É o que estou a tentar fazer - continuar por ela e com a energia dela.





Não sei se me fiz entender...
Todos somos tudo 
Todos somos nada
Vivemos por um mero acaso
Em cada minuto de uma vida inteira.

É bom não deixar nada por dizer 
E deixar muito pouco por fazer.





Quanto à senhora Doutora Manuela Ferreira Leite, agradeço que não faça muito porque é provável que saia asneira.

Sem mais de momento.
Atenciosamente
Alda Silvestre

Alda's translation 
Hello there :)
This time you have to translate with google because it's really too long, although this is all about a portuguese woman from our political staff who said that in her opinion all the persons with more than 70 years old  and that will need to do dialysis treatments should pay all of that expensive treatments... then, it's like - you are rich you can live, you are poor and you must die... can you imagine this?!
As you already know my mother did dialysis and I just can't accept that with my mouth closed.
My country is really such a nice and amazing country but like in every place of the world, there are always some weired persons that we cannot call persons :/
I hope you can understand all that I say and if not just ask me through email or something like that.
Thanks for reading me :)
You all take care 'cause I need all of you with a good or medium health!!! 
Bye for now 
xxx

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