As mais sexys e apetecíveis cuecas de gola alta

Para Homens e Mulheres!!!
 
Making of #1 com Vanessa Martins - 1ª Maxim
(video mudo porque a Vimeo roubou o som ao Youtube por causa dos direitos de autor)


                  http://vimeo.com/channels/portugal#35746...
                                [muito mais agradável ver neste link com audio]

                                                *Post iniciado no dia em que a revista foi para as bancas e...
                                                  terminado hoje... apenas porque chegou o dia certo*

Nesta primeira edição da nova Maxim houve algo que me despertou à atenção. Decidi falar de três particularidades, sendo a primeira delas uma pequena contestação, a segunda um alerta para mulheres que andem ou sejam distraídas - o pior é que sou uma delas... e, a terceira curiosidade é apenas uma chamada de atenção para alguns jornalistas das revistas tipo "cor-de-rosa".


A primeira contestação é: tenho uma "emenda" a fazer ao slogan escolhido para a revista por esta equipa de profissionais. É na verdade um bom slogan de atracção e de vendas mas, dizer que "a Maxim é a melhor invenção depois da mulher"... considero um termo ambiguamente elogioso e redutor. Não concordo nada que a mulher tenha sido uma "invenção"! E, jogando com o poder das palavras, a única frase que me ficou a martelar na cabeça foi: "a mulher foi uma necessidade espontânea da natureza" - por isso saiu tão perfeita! :-) Já os homens, são igualmente perfeitos mas, foram uma obrigatoriedade da natureza :-) para dar continuidade à mulher, protege-la com a sua força natural e acarinha-la de forma a que o ciclo e o círculo do amor/sexo seja vicioso e ininterrupto - digo eu...! Pena é que só há algumas décadas ambos os sexos se comecem a ajustar e entender neste campo. Ainda nem todos têm a capacidade de o fazer mas, com mais alguns séculos chegaremos lá com certeza - envergonhados também por sermos tão lentos na evolução... mas quero muito acreditar que chegaremos, sim! Ou não...! Onde quer que "me encontre" nessa altura, estarei a aguardar a info numa qualquer Maxim à venda no "Inferno"  - sim porque  tal como diz a anedota, "o Céu é muito frio e é no Inferno que estão os homens bons..." - parece-me  ter percebido qual o "grau da bondade" mas, quem me conhece sabe que sou muito enregelada para sobreviver no 'frigorífico dos céus'.
"Attention please!" - nada disto tem uma conotação feminista até porque acredito que a melhor base é sempre o equilíbrio e a partilha.


Na verdade, considero que a natureza nos concebeu a todos como organismos vivos perfeitos mas também acho que quis atrever-se à experimentação de colocar um "outro mundo" dentro de cada um de nós - o cérebro. E, talvez porque a mãe natureza decidiu aloja-lo um pouco acima dos nossos olhos, por muito que achemos saber quase tudo, ainda não conseguimos chegar nem perto do entendimento e da capacidade desse mesmo "mundo".
No nosso dia-a dia é frequente ouvir dizer frases no género: " é totalmente doido(a)"; " aquilo não são propósitos de..."; "que figura ridícula"; "tem a mania que..."; "não está correcto"; "eu não seria capaz"; "a idade já não permite..." - ainda bem que somos todos diferentes!  Há alturas em que a vida nos coloca dentro duma "máquina de lavar", nos dá voltas e mais voltas, centrifuga-nos e, quando termina o "programa", abre-nos a porta e fica à espera que tenhamos coragem de sair da zona de desconforto do "tambor". Quem tem a coragem de sair, é provável que traga estas frases todas trocadas, sem lógica para o "seu mundo" e com as palavras a saltitar de um lado pro outro sem fazer qualquer sentido no imediato. Os que se sentem todos "partidos" e cheios de dores ficam quietos à espera que alguém os venha "descontorcer"... só não se apercebem de estar a correr o sério risco de "lá" ficar para um "sempre" demasiado longo e terem de aprender a viver com muitas manchas de bolor  e com um intragável cheiro a bafio.


E o que é que esta teoria da treta e das máquinas de lavar tem a ver com a Maxim e com a sensualidade da Vanessa Martins? Nada...! E pode até ter muito! Deixo ao vosso critério.
Isto pode parecer um assunto de uma futilidade extrema. Pessoalmente não considero assim e, achei "valioso" que a Vanessa tenha dito: " um dia vou poder dizer aos meus netos que a avó foi a primeira capa da primeira Maxim..." - tão querida: já está a preparar a "ramboia" com os netos - muito positivo mesmo!
Pensem e sejam aquilo que vos apetecer porque o mais provável é só serem valorizados quando já não tiver importância alguma. É comum só admirarmos a paisagem que vemos à distância e não aquela onde temos os pés... no entanto, do outro lado, está sempre alguém que preferia estar no nosso lugar.
É habitual dizer-se que nos é obrigatório viver intensamente o presente e que o passado e o futuro não interessa nada para o momento - certo! Pior é quando se vive tão intensamente o presente  de forma a desmoronar o que de bom construímos no passado e isso coloca em risco o trilho do futuro.  Pior ainda quando todos os dias construímos um futuro digno, honrado, cheio de sacrifícios e quando nos apercebemos, fomos apenas insignificantes marionetas utilizadas pelos outros ou, para usar um termo mais valioso, termos sido heróis e heroínas sem valor e atirados para o lixo de uma vida social cheia de exigências estúpidas e descabidas. Independentemente das experiências boas ou menos boas, memorizadas e registadas dentro dos "nossos mundos", há que saber aproveitar o supra-sumo do "fruto conseguido" de forma a que o passado seja a base da melhor vivência presente na direcção de um futuro emocionalmente confortável e sem arrependimentos.
Em suma: ainda que sejamos recheados de muitos defeitos - físicos ou não - somos todos "um mundo especial". É realmente urgente aceitar e respeitar as diferenças relacionais de forma a conseguirmos ser Homens e Mulheres perfeitos dentro da nossa natural imperfeição... nem que para isso tenhamos a árdua tarefa de transformar umas assustadoras "cuecas de gola alta" na imagem mais sexy e apetecível. O mundo dá muitas voltas ao tambor da máquina da vida e em qualquer altura estamos sempre a tempo de mudar, melhorar e aprender a aceitar o que de novo a vida traz aos "mundos" dentro de nós. 


A segunda curiosidade é dedicada a todas as Mulheres distraídas e Homens pouco atentos...
A vida é feita de ciclos. É muito comum que tanto homens como mulheres, por vezes e até por décadas em alguns casos, os atrevessem sem sequer se darem conta de coisas mínimas mas com importância extrema. Há uma corrida social frenética e eloquente por ambições, carreiras e ascenções profissionais. Os filhos e a família também são uma razão desculpável para as distracções e faltas de cuidados com o nosso eu. Queremos tudo  o que está do "lado de fora" e esquecemo-nos do "lado de dentro" . É precisamente o contrário - se estivermos ricos do lado de dentro o mais provável é que consigamos atrair muito do que está do lado de fora. Não devemos distrair-nos demasiadas vezes porque pode sair demasiado caro. Amem-se, gostem-se, queiram-se e  especialmente, impressionem-se de forma mutua. Se conseguirem, benéfico será começar pelo "lado de dentro" dos vossos mundos de forma a que transborde o melhor para o lado de fora. O que está apenas do lado de fora é como uma bola de sabão que ao mínimo toque rebenta.


"Ok, so you're Brad Pitt... so, you got a car?!" 


Portanto, homens e mulheres, lutem, corram, sonhem, ambicionem mas não se esqueçam de se mimarem com tudo o que merecem e que esteja ao vosso alcance. E, se por culpa da "troika" ou de algum "coelho" que vos saiu na cartola, não puderem ter aquela roupa (íntima ou nem por isso) que, num qualquer segundo já vos atravessou o pensamento..., criem e reinventem a vossa própria moda, nem que tenham de transformar e alterar umas ceroulas do vosso avô, uma cinta ou uma combinação antiga da vossa mãe ou até algo vosso já fora de moda, numa fantástica peça original. A "moda" foi inventada para nos servir e melhorar e não para nos escravizar de forma a derreter as  nossas queridas carteiras cheias dos actuais vírus europeus - "faltadeuros" - em todos os anos que inventam que isto ou aquilo é moda e que aquilo que estava na berra no ano anterior já é totalmente piroso.  Em época de crise não caiamos em jogos de interesses comerciais porque somos povo para abarrotar de ideias bombásticas em todas as vertentes. 
Descobri há dias numa montra de Lisboa - e corro o risco do proprietário(a) vir a correr processar-me - exactamente o que tinha imaginado poder fazer com as ceroulas ou cuecas de gola alta de um antigamente  e que, ficariam garantidamente atraentes num misto de pele bem hidratada... com o modelo que passo a exibir:



Se pensarmos um bocadinho mais adiante..., nós descobrimos o Brasil, os brasileiros inventaram a tanga - e  actualmente fazemos um figurão com ela... - depois, os dentistas brasileiros mostraram-nos os benefícios do fio dental na higiene dentária... - alguém mais ousado decidiu "muda-lo de sítio" e obrigou a classe médica a defini-lo como "fio dentário" para não existir o risco de algum paciente mais distraído usar o fio solto de algumas cuecas que estivessem mais à mão e estalar o chumbo a algum dente aquando  da  higiene dentária matinal ou nocturna... Então, não seremos nós suficientemente inteligentes e inovadores para, mesmo de "tanga", sabermos criar e executar artigos e peças de qualidade - seja em que matéria for - de forma a aumentar as exportações e voltar a descobrir e desbravar economicamente "outros mundos" lá fora?! E não tem necessariamente de ser só o Brasil. Se tudo tem uma sequência e pressupõe evolução, agora... talvez estejamos em tempo de sensibilizar mercados para o facto de que também é agradável despir muito mais... imaginar e reinventar. É tudo um jogo de cintura com o poder das palavras, aliado à força da motivação para fazer acontecer.


E, pegando nas palavras da Vanessa Martins acerca dos netos... aqui fica um exemplo de que tudo ou quase tudo na vida é possível ainda que muitos outros considerem inapropriado ou fora de contexto daquilo que é inventado como socialmente correcto. A beleza física socialmente imposta pode desde cedo transformar-se numa armadilha psicológica. Certo é que nem todos temos oportunidades ou vivências existenciais para evitar o inevitável mas, é da nossa inteira responsabilidade dar o nosso melhor dentro de cada um dos nossos mundos.


                                  
Com maior ou menor felicidade, dores ou contratempos, o facto é que o tempo corre sempre até ao fim  sem esperar por nós, ainda que por vezes sintamos necessidade de descansar ou fazer um intervalo  no espectáculo  da vida.

A terceira observação está relacionada com os pés da Vanessa Martins. Não compro revistas cor-de -rosa  mas dou sempre uma espreitadela "nos bonecos" quando as encontro perdidas numa qualquer sala de espera onde seja obrigada a sentar-me. Há muitos meses atrás ou até talvez um ano, vi  numa dessas folhas perdidas, uma imagem caricata dos pés da  Vanessa envoltos numa gigantesca argola onde mencionava a falta de gosto para a escolha das sandálias que lhe evidenciavam os joanetes. Ri-me sozinha  porque na verdade aquele era um assunto de extrema importância para os bons valores e costumes da nossa sociedade...  enfim. Agora, olhando para "as cuecas de gola alta" ostentadas na revista Maxim, deve ser elemento que os responsáveis pela edição da mesma ponderaram dias a fio - "ai os joanetes da Vanessa...". Deduzo também que todos os que compraram a revista foi exactamente por causa da curiosidade com os ditos cujos... ;-)


Moral da história: "vale tudo menos arrancar olhos"! Sejamos nós lindos, feios, magros, gordos, largos, compridos, curtos, redondos ou bicudos nunca nos devemos distrair, desleixar ou desmoralizar. Quer os outros nos condenem ou incentivem,  façamos o nosso melhor ou não, é obrigatório que o resultado final seja sempre compensador para o nosso mais íntimo e profundo "eu" e com a certeza de missão cumprida.






 24.04.2012
Alda Silvestre
                                                            









Nada por Tudo

      Às vezes não me apetece! E agora, não me apetece - fazer, pensar, correr, programar... enfim, viver... agora, não me apetece! Qual é o mal de não querer viver a repetição por uns longos minutos ou até algumas horas? Não me apetece, pronto!
      Estou aqui, quieta! Apenas movimento ao de leve a mão para construir mais um desenho de palavras... mas estou quieta. Agora mesmo, não estou a viver nada. Estou apenas a saborear a vida, o vento e, a deliciar os meus olhos com a paisagem. Pode não ter nada de extraordinário... mas eu vejo.

     Os outros que agora não são eu, correm velozes ali mais em baixo e numa velocidade sem luz bastante  mais adiante. Correm por todos os motivos válidos e também por aqueles sem qualquer importância. Deslizam sobre rodas pretas e quase todos pintados com a mesma predominância de cores: brancos, pretos, cinzentos... olha, passou agora um que seguia vermelho.
    Cruzam-se em filas, tão próximos e tão distantes... quase podiam fazer como as formigas - colocar os braços de fora e cumprimentarem-se mas, na verdade, o tempo que se iria perder com essa atitude. O percurso demoraria mais do dobro e quando chegassem ao destino estariam todos atrasados para viver... por isso correm... e eu aqui, quieta, só porque não me apetece. E que bom é fazermos só aquilo que realmente nos apetece...! Nem que seja apenas nada.


       Não! Agora não estou a viver. Pelo menos, não como aqueles que vejo atravessar a paisagem. Essa, está como eu - quieta. Só tem uma brisa que a bamboleia. Se eu ali estivesse no meio diria que está muito vento mas a paisagem não diz isso! Mesmo na minha frente está um grande grupo de árvores que parecem uma família... ou então são muito amigas e são na mesma uma família. Umas grandes, outras mais pequenas mas são todas lindas e orgulhosas por estarem ali... uma delas está separada das outras, é mais pequena e parece mais caída...talvez seja mais velha e já se sinta demasiado cansada com o peso de todos os dias. Ou então, é bastante mais nova e ainda está a aprender a crescer - tarefa igualmente árdua...! Também pode estar doente ou apenas triste... mas não me parece. Provavelmente quer estar quieta para conseguir saborear melhor o vento leve misturado com o resto do sol. Pois... deve ser isso porque ela não se mexe. Deve querer estar sossegada para apreciar o castelo ao longe e os moinhos de vento no limite do horizonte ou, então... interroga-se incrédula de como é possível que os "bichinhos reluzentes" que atravessam a paisagem à velocidade sem luz, já não possam parar de viver a correr para poderem sentir a delícia de estar quieto com tudo.


Eu também cheguei aqui a correr. Estacionei num sítio sem qualquer importância emocional mas de uso necessário. Fui lá dentro a correr mas quando voltei, ouvi as árvores, os montes e o horizonte dizerem: "estamos todos aqui... quietos, à tua espera! Será que podes trocar todo o teu nada pelo nosso tudo?

Devem ter ficado felizes por eu ter decidido ficar tão quieta a viver o meu mundo junto com o deles porque, agora, o sol veio amarelar-me ainda mais os caracóis com uma luz especialmente deliciosa e, ao mesmo tempo que se esconde no meio das minhas novas amigas árvores, sussurra-me no meio do vento: 
- "Que bom teres ficado aí quieta a brincar connosco. Que bom teres trocado tanto nada por isto tudo!"

    16.04.2012
     Alda Silvestre