"O Beijo da Mulher Aranha"

 

                                                                                                     Photo by Pedro Macedo


Um murro no estômago! Um murro de humanidade!

Que bom quando a arte nos acorda e nos deixa alerta para tantas das vivências e monotonias diárias que nos deixam mornos e a deambular por aí sem sentido.

Que grande lição para sabermos olhar com olhos de ver e, entender o “ombro do outro”. Empatia Precisa-se!

 

Até 05 de Junho estará em cena na Sala Estúdio do Teatro da Trindade Inatel “O Beijo da Mulher Aranha” de Manuel Puig, com encenação de Hélder Gamboa e interpretação de João Jesus e Diogo Mesquita.

De Quarta a Domingo às 19.00h / M18

 

“Numa prisão, sob um regime ditatorial, uma cela com dois prisioneiros. Molina, um homossexual  com um lado feminino intenso, é colocado pelo diretor da cadeia numa cela com Valentín, um guerrilheiro e preso político, esperando, desta forma, obter informações sobre as atividades revolucionárias.

Apesar das suas diferenças, o universo de fantasia de um e o sofrimento físico do outro acabam por aproximá-los e, contra todas as expectativas, ​ desenvolvem uma cúmplice amizade, que nos dará uma profunda dimensão do que é o Ser Humano.

A famosa obra de Puig teve várias adaptações, um pouco por todo o mundo, incluindo um musical na Broadway. A adaptação ao cinema, em 1985, valeu a William Hurt várias distinções, incluindo o Óscar de Melhor Ator.”

    Photos by Filipe Ferreira


 



Nunca nada é linear, especialmente nas relações humanas. Não vale a pena programar ou manipular o instinto e a essência do universo interior de cada ser humano. É isso mesmo que esta peça nos mostra e nos convida a viajar por mundos alheios ao nosso quotidiano mas que ambiguamente, em sentimentos, se assemelham a tantos de nós. Existem sempre valores, crenças e acontecimentos que nos deixam à prova e nos obrigam a mostrar o verdadeiro carácter sem filtros, ainda que até a nós mesmos essas atitudes consigam surpreender.

Entre a descrição pormenorizada de um filme feita por Molina e a curiosidade crescente de Valentín, desenrolam-se em catadupa um sem número de atitudes por parte das duas personagens que nos dão a conhecer a vida e os valores de cada um deles, embora sejam como polos totalmente opostos. No entanto, numa fase de maior fragilidade e em que o corpo consegue humilhar a mente, o cuidado e carinho mútuos acabam por emergir como escudo de protecção de ambos, até ao fim e, independentemente de tudo o que possa acontecer.

    Photo by Filipe Ferreira


“- Mudar o mundo… não podes mudar o mundo!”

“- Sim, sim, posso!”

“- Lantejoulas são bocadinhos de vidro que não valem nada!”

“- Eu choro quando me apetece!”

“- Uma mulher está sempre fodida…”

“- Que vergonha… é preciso ser Homem…”

“- Confias em mim, não confias?!”

“- Não devemos agarrar-nos demasiado a ninguém.”

“- Uma pessoa pode apegar-se a um amigo!”

“- Tenho medo porque estou doente.”

“- Quando os companheiros vão embora eles sentem-se desamparados…”

“- A minha mãe… ela gosta de mim assim!”

“- O sexo é inocência pura!”

“- Será justo eu ficar sempre sem nada…?!”

“- Nós as mulheres com defeito acabamos sempre mal.”

“ - Não vivo o presente porque vivo em função da luta política.”

“- Pra se ser mulher não é preciso ser mártir!”

“- Um sonho curto mas feliz.”

                                                                                                     Photo by Alda Silvestre


Numa postura sempre exímia, Molina é a representação de fragilidade, determinação, força, cuidado e carinho em formato de uma “mão-aranha” que alcança e percorre o corpo de Valentín, abraçando-lhe o coração e a mente até ao depois da sua existência.

 

Parabéns João Jesus!

Parabéns Diogo Mesquita!

Parabéns Hélder Gamboa!

Bravo a toda a Equipa!!!

Gratidão Manuel Puig… onde quer que esteja…!

    Photo by Filipe Ferreira



Ficha Técnica e Artística

De Manuel Puig

Encenação Hélder Gamboa

Com João Jesus e Diogo Mesquita

Participação André Ramos

Desenho de Luz Paulo Graça

Cenografia e Figurinos Rui Filipe Lopes

Música Luís Pinto Lucena

Participação Vídeo José Raposo

Assistente de Encenação Ângela Pinto

Versão Portuguesa/Dramaturgia Ângela Pinto e Hélder Gamboa

Assistente de Produção Mafalda Gonçalves

Estagiário Assistente de Encenação Pedro Barbosa

Produção Executiva Miguel Manaças

Coprodução Teatro da Trindade Inatel, Tenda Produções

                                                                                                    Photo by Filipe Ferreira

 

                                                                                                     Photo by Alda Silvestre


Agradecimentos pessoais:

O meu sincero obrigado a toda a equipa do Teatro da Trindade Inatel pela forma calorosa como me receberam, ao Diogo Infante pela simpatia e, ao Hélder Gamboa e ao João Jesus pelo tempo e atenção dispensadas para responderem às minhas curiosidades.

 

Entrevista ao Hélder Gamboa:

 

- Porquê a escolha d' "O Beijo da Mulher Aranha"? 

Este texto veio parar às minhas mãos, através de um convite feito pelo diretor do Teatro da Trindade (Diogo Infante) à Tenda Produções para a apresentar neste teatro maravilhoso e estas temáticas de cariz social e interventivo sempre me interessaram. Este foi o segundo desafio feito pelo Diogo. Em 2019 apresentámos o espetáculo Boa Noite Mãe de Marsha Norman com as atrizes Ângela Pinto e Sylvie Dias e encenação minha.

 

- O que mais o desafiou na encenação?

Este texto é de 1976 e passados estes anos todos, o tema ainda está muito atual, percebi ainda antes de começar os ensaios que ainda hoje o tema é fraturante, mas não quis focar-me apenas nisso. Na encenação tenho dois homens presos com pouco espaço e quis dar ao público a sensação de que estava dentro da cela como um voyeur, para sentir na pele o que o Valentín e o Molina sentiam.

 

- Quanto tempo foi necessário para concluir o que pretendia?

As primeiras conversas com os atores, começaram há mais de seis meses. Mas pelo meio a Tenda estreou outro espetáculo (O Freud Explica) que ainda está em cena no Teatro Armando Cortez, o que me fez criar uma pausa em termos criativos, mas estive sempre em contacto com os atores e trabalhando por telefone. O processo de ensaios começou no dia 1 de março e trabalhámos de segunda a sábado das 15 às 23 horas.

 

- Pode contar-me um episódio divertido/caricato de algo "diferente" que tenha acontecido durante o processo?

Todos os dias durante os ensaios, houve muitas histórias contadas por todos, a equipa criativa e atores esteve sempre com boa disposição, e neste processo aconteceu muitas vezes que após terminarem os ensaios ficávamos pela noite dentro à conversa na porta do teatro ou terminávamos o dia com um bom repasto.

 

- Como se sente agora que terminou a tarefa principal e está na véspera da estreia?

Neste momento o espetáculo está na mão de dois bons atores. A mensagem que lhes passei, foi que todos os dias há um novo público que eles têm de conquistar. O resultado final deixa-me muito feliz e estou muito confiante com a temporada que vamos iniciar no Teatro da Trindade. Vamos tentar chegar a vários teatros deste país, já que achamos na Tenda que esta deve ser uma das nossas funções, levar cultura a todo o pais.

 

Entrevista ao João Jesus:

 

- Qual foi a tua primeira reacção quando o Hélder Gamboa te convidou para seres o Molina?

O primeiro contacto que tive foi por parte do Diogo Infante que me deu a conhecer o projecto  e me explicou tudo acerca da personagem. 

Li o texto e fiquei maravilhado.

Logo de seguida falei com a Ângela Pinto e com o Hélder Gamboa e falámos durante vários dias até nos encontrarmos.

 

- Foi difícil vestir a pele da personagem?

Foi muito difícil mas sem dificuldade nada vale a pena. 

É um trabalho de composição que tem de ser sustentado com uma grande verdade. 

Construir a Molina exigiu muita entrega e principalmente não ter receio da exposição que temos em palco. 

O texto está muito bem construído e oferece-nos uma data de caminhos e a grande dificuldade foi escolhê-los com a máxima coerência.  

 

- Sentimentos e/ou ensinamentos que tenhas descoberto com esta interpretação?

Não é por ser homem que não posso andar com as unhas pintadas ou com uma saia. 

Temos de parar de pensar só em nós, no nosso mundo, nas coisas que conhecemos e que nos são confortáveis. A curiosidade sem malícia é bem vinda. Querermos conhecer melhor o outro é uma dádiva. 

Eu não faço mal a ninguém por andar com as unhas pintas, contudo , sinto que não sou bem vindo. 

De vez em quando é necessário vestirmos a pele para percebermos o que anda à nossa volta, e é assustador. 

 

- Como foi contracenar com o Diogo Mesquita? E dirigido pelo Hélder Gamboa?

O Diogo Mesquita é uma excelente pessoa. Muito cuidadoso, amoroso e um excelente profissional. 

Acho que temos um grande trabalho em mãos e isso deve-se ao grande ambiente que vivemos durante os ensaios, fomos e somos uma equipa maravilhosa.

Está a ser um privilégio conhecer o Hélder Gamboa, que confiou em nós desde o primeiro minuto e nunca nos largou. 

Resta-me parabenizar os dois pelo excelente trabalho que fazem.  

 

 

- Deduzo que estejas com mais do que um trabalho em curso. Podes descrever-me um dos teus dias desde manhã até à hora de fim do ensaio e que te tenha acontecido uma cena divertida/disparatada ou caricata que queiras partilhar?

(A razão desta pergunta prende-se com o facto de desmistificar um pouco a vossa vida de actores e mostrar o quão difícil e o quanto têm de "roubar" a vocês mesmos para nos oferecerem este grau de qualidade na arte)

 

 Eu tinha prometido a mim mesmo que não ia conciliar com nenhum outro projecto mas felizmente não foi possível. 

Durante os ensaios estive a fazer uma série para a OPTO  e agora em maio vou entrar num filme para a RTP.

Tive dias durante os ensaios em que entrava no teatro às 15h00 saía às 19h00, ia para as gravações da série até 4h00 ou entrava  na série de manhã e saía do teatro às 23h00. Horários rotativos. Faz parte e só tenho de estar contente por isso, por poder estar a fazer o que amo. 

Tive algumas situações caricatas e um tanto assustadoras. A primeira abordagem que tive foi , “Então o que é que tens nas unhas?” Pintei , estão pretas (fiz de propósito e não referi que era para o espectáculo). “Mas estás com alguma doença? “ Não, não; pintei, apeteceu-me. 

“Ah! É para as gravações, alguma novela?” 

Não, apeteceu-me pintar. 

“Ah”.

Depois outra em que disseram “atenção que ele está com as unhas pintadas mas tem namorada! E é para o espectáculo de teatro”.

“Ah estava a ver, era um desperdício”. 

“Não não, ele tem namorada”. 

“Ah, estava a ver”.

 

***

 

Pegando nesta última frase “Ah, estava a ver…” e associando à mensagem emocional que a peça passa, gostaria que pensassem antes – “Ah, estou a ver… mas ainda ando aqui a aprender quase tudo de novo… um pouco todos os dias.”



Teatro da Trindade Inatel

Tenda Produções

João Jesus

Diogo Mesquita

André Ramos

Hélder Gamboa

Ângela Pinto

José Raposo

Diogo Infante


*Leitura programada para ecrã inteiro*

Algo de Nada


Vagueio
À procura de um lugar
Onde possa descansar...
Onde não mais seja obrigada
A correr, esconder-me, fugir.
Vagueio
À procura de um lugar
Onde me possa aconchegar...
Pra poder ser levada
Onde sempre possa dizer:
- Soubeste fazer-me sorrir!
Talvez aí,
Não mais seja forçada
A encontrar
O que não me deixa caír
E me ajuda a sentir
Que talvez,
Nesse lugar,
Eu seja um pouco mais,
Do que apenas algo de nada.



Alda Silvestre
2003



* Acontecimentos circunstanciais: apesar deste poema ter sido escrito há tanto tempo só foi dito e dado a conhecer numa live do Nuno Norte e por minha sorte tinha como acompanhamento o "som falado" da guitarra portuguesa tocada pelo Vitor Hugo - muito obrigada aos dois! Talvez nada aconteça mesmo por acaso... ainda não tenho bem a certeza ;-)


Kika Cardoso - Um Coração Pequenino do Tamanho do Mundo






"Conexões de Coincidências Cósmicas"

Qualquer que seja o sentido das coisas, estará na hora certa se conseguirmos ler com olhos de ver os ponteiros dos nossos “relógios internos”.
Depois de muito tempo, existem coincidências fenomenais – decido recomeçar a publicar as minhas entrevistas, do fim para o princípio. Com isso descubro que a Kika e o Raminhos têm o mesmo manager – sim, o tal que me ajudou na entrevista anterior como assessor de imagem aqui da repórter desastrada… :-)
Assim sendo, em 2018 fiz o último post com o meu querido Dr. Raminhos e, por ironia do destino, recomeço com uma amiga comum que pertence à mesma “tribo” – “há horas felizes!”
Gosto de repetir esta frase porque embora pertença a um ou mais jogos, existem realmente horas felizes neste jogo intemporal que é a nascente do rio que transporta, hidrata e une os átomos existentes na linha do percurso de todas as vidas que correm e desaguam no mar.




Telegrama Formato Rápido:
Entrevista confirmada  stop meio ano depois  stop  piquenique de raquetes  stop  viagem de barco  stop  artes confirmadas  stop  partilhas de “amigas instantâneas”  stop  carreira de sonhos com asas  stop  risos de felicidade  stop  disparates alinhados  stop  neverending story life  stop

Oops… este telegrama saíu-me caro. Quem manda ter sempre tanto pra dizer e escrever?! Vou passar ao formato carta em correio verde porque há coisas urgentes a fazer e a vida não espera.
É engraçada a ambiguidade de sentir que o tempo corre a mil à hora e, em simultâneo também termos a capacidade de o fazer parar quando necessário… sim, também nós conseguimos parar o tempo quando queremos – basta saber ouvir as vozes de um coração mínimo que conhece a essência de uma viagem ao mundo gigante e inteiro de cada um.



Desde o primeiro dia, ou antes, noite em que conheci a Kika, que senti ser uma energia em ascenção às estrelas planetárias numa galáxia só dela. “Eishh… que exagero!!” – estarão vocês a pensar! Respeito o pensamento mas continuo a acreditar apenas e só naquilo que senti no primeiro dia! E atenção que, o primeiro “feeling” foi de que ela era muito “jet 7” pra uma “selvagem” como eu. No entanto, depois de a ver a passar música num spot fantástico - Solmar Terrace - onde se improvisou um sun-set quase privado para mais ou menos uma dúzia de amigos bem dispostos, divididos em dois grupos distintos, percebi que a Kika é apenas um coração pequenino do tamanho do mundo inteiro.




À priori pode parecer que a frase não faz sentido, mas faz!
Encontrámo-nos no local marcado, à hora marcada, combinámos o melhor spot para fazermos a reportagem e entrei no seu carrinho branco para voltar até ao meu onde estava todo o material para registo de imagem. Tinha tudo muito bem seccionado e arrumado na mala. Abri uma bolsinha para tirar o telemóvel e… de uma das divisões da bolsa “salta-me” um pacote de açúcar voador que imediatamente se rompeu por obra e graça de “deuses cósmicos” e se espalhou por toda a viatura… sim, tinha de ser! Foi risota geral e pedi desculpa muitas vezes, claro! Ela só ria e dizia “tão bom, tão bom…! Não te preocupes que isto também só tem pêlos da Meggie… estás à vontade, portanto…!” Claro que eu estava muito… pouco à vontade com o sucedido, mas acabei por ficar quando ouvi “depois escreves isto na entrevista!!!” – e pronto, nesse instante fiquei mesmo à vontade e senti-me “em casa”… até porque a Meggie também deve ter aprovado uma vez que parecia sorrir pra mim e para as pintinhas brancas de açúcar espalhadas por todo o lado.

Chegámos ao spot de merendas. Estava um sol fantástico a iniciar uma descida sobre o mar. Espalhámos o material de filmagem e o “lanche apiquenicado” sobre a mesa e após algumas partilhas de conhecimento mútuo iniciei a sessão fotográfica e gravação da entrevista – sim, porque embora os profissionais da área consigam ver aqui uma imensidão de defeitos e falhas, eu considero-me uma “repórter do caderninho excepcional”…! E foi assim que saiu esta “espécie de entrevista” em formato Aldix e “à minha maneira”.




[Entrevista com a devida distância social de segurança]


Posso confirmar que a melhor parte do piquenique ficou só para nós e em off, uma vez termos descoberto alguns pontos em comum. Ah pois! Queriam saber tudo o que falámos?! No way! Ou não teria piada saberem tanto como eu e na verdade, fiz a entrevista para mostrar um pouco do trabalho da Kika e também para me divertir e para nos divertirmos – todos sabemos que rir dá vida, saúde e aumenta o coração.

E, por falar neste órgão vital, quando há pouco falei no “coração pequenino” da Kika, queria dizer que, é por saber que qualquer coração diminui para metade do tamanho quando fica “órfão de amor de Mãe”. No entanto, isso não impede que se consiga viver em pleno na direcção da felicidade e dos sonhos que nos habitam. E é assim que se faz “o caminho”. E foi nesse mesmo caminho que me cruzei com a Kika e nas poucas vezes que estivemos juntas lhe senti um potencial gigante para as artes!

Nem eu sequer imaginava quais eram os seus sonhos e ambições. Só a conhecia por ser a “miúda gira, apresentadora das noites da TVI” onde se dão prémios e adivinham palavras. Também eu lhe adivinhei a maior parte das palavras que a definem. Também eu lhe adivinho o percurso de excelente futura apresentadora em horário nobre, actriz, DJ… etc, etc, porque tem raça de lutadora que não desiste, bem como não abdica da sua liberdade espontânea pelo meio de uma simplicidade genuína que pensa no outro lado do ombro mais próximo do seu.

Acreditem em mim porque mais pareço uma Meggie com “faro artístico” tão apurado e certeiro como os cães polícia no encalce de estupefacientes. Foi com esse “estupefaciente artístico” que consegui visualizar a arte que lhe circula nas veias.
É verdade que terá um longo caminho a percorrer e aprender pela vida inteira até chegar e/ou caminhar por onde sonha. Mas também é verdade que quando se quer muito, sonha muito e, se trabalha muito, as “nossas Estrelas” brindam-nos com o muito que Elas sabem que somos, que nos completa a alma e nos aumenta o amor no coração para abraçar o mundo inteiro.


[Projectos e sonhos de uma Menina/Mulher]


["Conta-me Stories"]



[Experiência "Betclic"]




[*A Mãe Gaivota Jacinta da filha Erica e a filha Alda Gaivota da Mãe Ermentina*]




[A verdadeira entrevista - Battle de Raquetes! :-) ]



Agradecimentos:

*Obrigada Erica pela simplicidade genuína e carinhosa com que abraçaste este meu sonho/projecto e a mim também.
*Obrigada Meggie pela companhia e por todas as bolas que apanhaste e nos devolveste com tanto amor… e baba inocente :-)







"O Melhor do Pior" são mesmo "As Marias"


“Porque as coisas nunca acontecem como nós queremos” - grande pensador e filósofo este nosso Dr. Raminhos! Como é que ele consegue chegar a esta e a tantas outras conclusões todos os dias?! E sempre com conselhos inovadores, digamos… fenomenal sem dúvida! Parece que estou a ironizar, mas não - estou mesmo a falar a sério! Não deve ser fácil ser um “bom pensador” e fazer Portugal rir todos os dias pelo meio de disparates reais e aparentes.
Nunca imaginei sair destas “palestras cómicas” tão elucidada e com uma aprendizagem tão valorizada. 

“Ser pai é a melhor e a pior coisa do mundo…”
Pois é… pois é…! Podia escrever “pois é…” durante mais cinquenta linhas e ainda assim, acho que sem palavra nenhuma, todos os pais entenderiam na íntegra a ambígua sensação de ser “a melhor e a pior coisa do mundo”, bem como estaria a fazer jus ao “pai Raminhos”, ainda que não pareça! Se na verdade, quiserem saber as razões do meu “pois é”, só mesmo se conseguirem ir ver o seu último espectáculo O Melhor do Pior. Já agora, se também tiveram a oportunidade de ter visto As Marias, ainda entenderão melhor o porquê da alucinante viagem que é ser pai… e mãe também.

Podia acabar já aqui tudo o que me apetece escrever e mandar-vos apenas ir ver os espectáculos do Raminhos - tenho a certeza de que alguns de vocês ficariam muito gratos por não terem que ler tanto e tudo o que escrevo… mas eu gosto mesmo é de aborrecer e cansar as pessoas até à exaustão… ficam os melhores e mais resistentes - é só mesmo uma “tese” que ando a concluir, nada mais!

Pronto, foi por ser persistente e só desistir depois do fim, que consegui a proeza de ter autorização de conhecer o Raminhos pessoalmente mesmo sem qualquer marcação prévia. Após a permissão de quem de direito - e que desde já agradeço - tive de pensar em apenas alguns minutos que raio de pergunta lhe iria eu fazer e que ainda ninguém tivesse feito. Como hão-de imaginar não foi fácil mas lá tive uma ideia que achei curiosa e engraçada - e saiu isto:




Claro está que com as “minhas avançadas tecnologias” e com a tendência que tenho para situações incomuns, tinha de sair um video tipo Cinderela antes das doze badaladas - quase terminou antes de começar. Mas, no geral correu “quase” tudo muito bem, tendo em conta a sua paciência, simpatia e disponibilidade poucos minutos antes do espectáculo. Pois claro - tinha de ter um “quase”! Mas isso conto mais à frente na rubrica acabadinha de inventar: “Rabiscos do Caderninho”.
Com respeito à resposta dada pelo Raminhos no video, vou atrever-me a surripiar uma frase à sua casa matinal e dizer: “já agora, vale a pena pensar nisto…!!!”

No entanto e, porque não desisto de nada às primeiras, há um segundo video com uma segunda entrevista ao Raminhos, no dia 9 de Setembro feita na Lourinhã - capital do Dinossauro* em Portugal e talvez no Mundo todo! Deixo aqui também o meu sincero obrigado ao Miguel Bello, que ao ver “a repórter do caderninho” atrapalhada com os óculos, o telemóvel, a esferográfica e o próprio do caderninho a saltitar nas poucas mãos disponíveis para tanta coisa ao mesmo tempo, se disponibilizou a assumir o papel de “realizador” da minha entrevista que eu fazia questão que fosse o mais informal possível. 
Decidi portanto, incluir já esse video aqui pelo “meio do início” do texto, em consideração às pessoas que não gostam de ler muitas letras. Assim ficam já despachados! Atenção que não estou a condenar ou estereotipar - eu percebo porque, na verdade, para o que não me interessa muito, também sou um bocadinho assim! 
Basta portanto, descerem o cursor e irem directos para o segundo video - que por sinal teve de ser "tripartido" - uma vez que tudo o que tenho para dizer vai dar um livro daqueles gordos tipo José Rodrigues dos Santos (não, não estou a chamar gordo ao JRS, é só mesmo aos livros dele embora eu tenha conseguido comprar um “magrinho” e, que por obra do destino ainda hoje tenho a sensação de que ele usou uma das minhas “ideias idiotas” - falo e escrevo sempre demais…!). Num belo dia disse-lhe por escrito o que pensava e, acho que lhe dei um óptimo mote para quê? Pois, pra “inventar” mais um livro - o tal que é excepcionalmente “magrinho” (ai que ele ainda me mete um processo em cima… mas é sem medos! Se isso acontecesse, eu inverteria a situação e faria como ele faz no pequeno ecrã - apontava-lhe a minha melhor caneta, piscava-lhe o olho e diria: “boa noite, nós voltamos a ver-nos amanhã!”). Não, não estou a gozar! Também lhe admiro deveras o trabalho e agradeço de verdade todos os bons conselhos que me deu! E, pensando bem, agora que a conversa mudou de rumo de novo… reparei que tenho tido uma sorte gigantesca por ter tantas e boas pessoas a dar tempo e atenção aos meus sonhos e disparates… realmente, “há horas felizes”!
Pode parecer que me perco, distraio ou desvio do assunto real mas é propositado. Além disso, se a maior parte da humanidade considera que nada acontece por acaso, então, já estou desculpada e com todos os devaneios aqui escriturados antecipadamente justificados.

Assim sendo e, por falar em disparates, aqui ficam então os videos seguintes, para os que quiserem considerar esta entrevista já despachada. Saibam no entanto, de que perderão pormenores e dicas muito importantes para o vosso futuro como pais - agora estou mesmo a falar muito a sério e com conhecimento de causa!






Então, para os “corajosos e pacientes”, vamos lá ao que me interessa: foi em Janeiro de 2017 que pelo meio de um dia atípico, consegui ver As Marias no Teatro-Cine de Torres Vedras** (na minha terra natal - tinha de dizer isto com orgulho, embora nem sempre seja o melhor pra mim ter nascido lá, sendo também eu uma Maria… “meia-rapaz” - mas isso é outra história que não interessa para o caso e iria estragar o meu raciocínio todo… ainda mais!)
Logo no início do espectáculo e pela forma como arrancou a “palestra”, confesso ter pensado que à saída do camarote iria mesmo encontrar algumas cenas “erótico-pornográficas” a acontecer pelos corredores do Teatro-Cine… mas não - saiu tudo de forma muito educada e ordeira… embora ainda não tenha a certeza de que isso tenha sido um bom sinal.

Título: "Terapia Pais, Mães e Singulares" - Photo by Alda Silvestre 

O Raminhos é muito maluco como todos o conhecem, não é?! Ah, e dizem constantemente que ele expõe muito as filhas e mais não sei o quê?! Há também quem o acuse de dizer e fazer muita porcaria sem nexo. É verdade que ninguém acerta em tudo mas, a quem pensa isso não se preocupe porque a “Sanitana” deve tê-lo obrigado a assinar um contrato em que todas as bodegas ficam muito bem lavadinhas na Banheira das Vaidades - acreditem que se virem pelo menos “o programa de lavagem” onde estão incluídos o Manuel Marques e o Eduardo Madeira vão perceber que há “deslizes” e parvoíces essenciais à vida e porque é que rir faz um bem danado à alma. Identifiquei-me especialmente com o Manuel Marques que se ri por tudo e por nada e ainda por cima se verga todo para a frente como se tivesse uma grande dor de barriga ou uma grave incontinência. 
Também fiquei assim contorcida durante todo o espectáculo d’As Marias e com uma sessão gratuita de abdominais do riso, mas confesso que no final saí emocionada e literalmente com “uma lágrima no canto do olho”. Acham estranho?? Então experimentem ir ver O Melhor do Pior e ainda vão a tempo de entender. Talvez consigam melhorar ou mesmo adoptar a “arte” de saber viver o menos bom da vida da melhor forma possível - com sentido de humor ou a rir de preferência! 

Quase tudo é uma questão de perspectiva e penso ser difícil catalogar todos os tipos de pais mas na minha modesta opinião, tenho a certeza de que ainda há uma imensa variedade de “Pais Heróis” - gosto deste nome, desculpem lá - cheios de atributos, qualidades e super-poderes muitos especiais.
Pois é… lá virei eu para a parte séria de novo porque, depois de tanto rir com As Marias, tive de engolir a vontade dos meus sacos lacrimais desatarem a trabalhar, quando o Raminhos termina dizendo: “as minhas filhas não vão ter de me provar nada, porque se tiverem de provar é porque eu não as amei algum dia o suficiente”
Ouch… que grande verdade e que grande recado - confesso que saí de lá a respirar melhor e com menos uma tarefa existencial! 
Ah, mas pensam que terminou aqui?! Na-na-na-ná-ni-ná-nó - aniquilou-me por completo quando terminou o espectáculo com algumas pessoas já a começarem a bater palmas e disse: “estive presente no primeiro suspiro de vida das minhas filhas e gostava que elas estivessem presentes no meu último…!” 
Ai minha Mãezinha do meu Céu… que isto já foi demais para mim que sou uma comum mortal.

Pronto, vão lá agora chorar baba e pouco… muco, digamos assim, como eu fiz e serem todos muito felizes com os vossos filhos! Tratem bem as crianças por favor e digam-lhes e mostrem-lhes vezes sem conta de que são muito amadas porque só assim, com a cabeça cheia de sonhos acreditados é que “o mundo pula e avança”, tal como dizia o nosso António Gedeão e que nada tem a ver com o nosso António Raminhos… aparentemente!


"A Maria Leonor a folhear o álbum do seu primeiro ano" - Photo from Catarina Raminhos's Instagram



"3 estarolas" - Photo from Catarina Raminhos's Instagram

Love -Photo from Catarina Raminhos's Instagram

Amor a dobrar - Photo from Catarina Raminhos's Instagram


"Maria Rita a boicotar fotos de família desde 2010..." - Photo from Catarina Raminhos's Instagram


"Três estarolas. Tanta energia tão cedo..." - Photo from Catarina Raminhos's Instagram



"Manhãs de tudo ao molho" - Photo from Catarina Raminhos's Instagram



Pois é… o que pretendo transmitir é mesmo que depois de ter visto tudo e conhecer um pouco mais da sua pessoa - do Raminhos - recordo-me de ter pensado:  “era bem capaz de ter dado um bom resultado em mim se dentro do meu pai também tivesse existido um espécime como este”. 

Obrigada por tudo Dr. Raminhos!
Fiquei com a convicção de que também é um dos melhores pais do mundo!


E é isto - "um sorriso é o suficiente para esquecer isso tudo..." - Photo by Catarina Raminhos's Instagram


* * * * *


* Rubrica Rabiscos do Caderninho *

De cada vez que leio os rabiscos que escrevi pelo meio dos espectáculos, estrago-me a rir esteja onde estiver. Sim, por vezes as pessoas ficam a olhar… mas é inevitável porque a minha memória é muito minuciosa e lembro-me de muitos pormenores hilariantes.
Não quero nem vou ser “spoiler” de forma a saberem o conteúdo d’O Melhor do Pior mas vou tentar aguçar-vos a curiosidade.
Já do espectáculo As Marias vou revelar um pouco mais mas, nada de excessivo.

Neste último e tal como tinha prometido, aqui vos deixo algumas notas soltas e a forma peculiar de como conheci o Raminhos:
. Fui levada escada acima logo a seguir à chegada do jantar.
. Aguardei na frente da porta com a colaboradora do Cinema e… ouvimos a descarga do autoclismo - "oops, isto não se faz a ninguém…!" - pensei eu… e disse - olhámos uma para a outra e sorrimos.
.  A porta abriu ao fim de um tempo que senti ser uma eternidade - 1min!
. Apareceu um senhor alto, magro, de barba e com cara de “alguns amigos”.

"- Já tinha mandado entrar…! - disse ele.
- Ah, desculpa! Não ouvi…! - (lógico - só tinha o barulho do autoclismo na cabeça…!) 
- Onde queres gravar?
(Com tanto espelho à minha volta, sabia lá eu onde queria e devia gravar!)
- Não vou ocupar muito o teu tempo e só quero fazer uma pergunta… mas não quero que se ouça a minha voz, ok?!
(E aconteceu algo inédito… mas tinha de ser ali, na frente do Raminhos - o telemóvel não ligava por mais botões que eu carregasse - estava mudo e tooodo preto!)
- Ai, não acredito… isto nunca me aconteceu…!
(E ele foi sorrindo de forma muito educada à espera que o telemóvel desse sinal de vida, mas  pelo meio da conversa de circunstância e justificações, decifrei-lhe nos olhos o que um dos seus neurónios estava a pensar: “mas que grande croma me saíu na rifa hoje…!”)
- Ahhhh, finalmente…bolas…! Estava a ver que não…! Desculpa!!!
(Ele lá respondeu à pergunta, reformulando ele mesmo a própria pergunta que eu lhe tinha feito previamente para que não se ouvisse a minha voz - que parvoíce a minha! No segundo video e perante o manager/realizador Miguel Bello, tive que arrumar a vergonha e deixar ouvir-se a minha voz - bem feita!
Quando o Raminhos ía dar continuidade de raciocínio e desenvolver a resposta que até parecia ir ter um conteúdo muito interessante… pufff - terminou o espaço de memória do telemóvel!)
- Ohhhhh…! - balbuciei e, assim fiquei eu de boca aberta e com cara de parva a olhar para o ecrã."

* * * * *

E pronto, isto é o que eu considero que correu tudo muito bem! Note-se que até duas horas antes do espectáculo ainda não imaginava que me iriam autorizar a falar com o Raminhos. Mas é verdade - correu mesmo tudo muito bem! 
Aliás, sem saber e sem ter programado, depois de ver As Marias tive o melhor “Assalto de Carnaval” em mais de uma década - é porque eu já merecia - revi amigos que não via há muito, conheci outros que me foram apresentados como sendo Bombeiros*** e que estavam mascarados de Matrafonas. Ao mesmo tempo que todos parecíamos amalucados no meio daquela folia toda, parei por momentos dentro de mim a olhar para a alegria deles e percebi que o bem e o mal podem estar sempre no virar da esquina mas, que nós por vezes, também temos a opção de só dar a mão da felicidade, àquele que escolhermos levar dentro do peito… e convém que seja o bem. 
Nem sequer podia eu ou qualquer um deles imaginar que iríamos passar pela calamidade que passámos no nosso País neste ano.
Portanto, nunca é demais agradecer a todos os Bombeiros e a todos os particulares - anónimos ou não - por tudo o que fizeram e continuam a fazer! 
Obrigada também ao António Raminhos por ser um desses particulares e ajudar aqueles que estão mais tristes a ter motivos para voltar a sorrir.


Rabiscos de "O Melhor do Pior"

-“Tripulação… Avião… Ilhas”
- “Éramos putos muito parvos”
- “No mesmo ano que me vai nascer uma filha…”
- “Fez cocó ou não fez cocó…?”
- “Estrelas porno…”
- “A vossa família é muito particular…”
- “O pai salva a borboleta… onde? Onde…?” - fiquei com a sensação de que me daria muito bem com a Maria Inês… não sei bem porquê… por uma questão ambiental talvez!

Rabiscos de "As Marias"

- “Eu não gosto de ti Paaaiiiii…!”
- “Reuniões da Tupperware eram na sala… só havia 1 TV… fingia ser surdo”
- “Ser pai no reino animal é muito complicado…”
- “Chatear a cabeça aos putos - pequenos ditadores”
- “No corredor dos brinquedos - ficam iguais ao Chucky”
- “Desço ao mesmo nível - mesma idade mental!” 
- “Maria Rita - sádica como a avó!”
- “Dizer asneiras…repetem tudo com a mesma entoação.”
- “Passamos a vida a esconder coisas dos filhos/crianças… e depois o “eu” deixa de existir… nem na sanita!”
- “Eu sei, eu tou a ver no buraquinho…” - só por acaso eu fazia o mesmo ao meu pai!


O Melhor do Pior são mesmo As Marias 

“O Melhor…é aquilo que elas me dão de ideias e de coisas do dia-a-dia, que eu tenho coragem de dizer e não tenho vergonha”.

“O Pior é o cansaço no meio disto tudo e o desgaste que tem… mas faz parte, no fundo é como o Tony Carreira diz: ‘é a vida que eu escolhi’… portanto… siga…!” 
(Atenção - não inventem mais processos de nada porque nesta altura ainda nem tinha saído a polémica dos plágios, ok?!)

“O Melhor do Pior… no dia-a-dia, todos os dias em casa… os sorrisos… um sorriso é o suficiente para esquecer isso tudo…!”

“E onde quer que me vejam por aí, falem comigo, convidem-me para tomar café, sou uma pessoa completamente normal! Só não me convidem para comer arroz doce…!”  .



Photo by Raminhos's Instagram

Ps. Percebem agora porque tive de andar a "roubar fotos autorizadas" do Instagram da Catarina Raminhos?? Pois é! É que no Insta do marido só encontrei "fotos-cocós"! :-)





The end…
For now and just today



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* Tenho fotos originais e documentários interessantes para uma futura reportagem à Lourinhã - Capital do Dinossauro, onde também tenho muitos e bons amigos e, não estarei propriamente a falar só dos dinossauros…!

** Está há alguns anos nos meus planos fazer uma reportagem ao meu querido Teatro-Cine de Torres Vedras.  Depois de toda a atenção e amabilidade neste dia, passou a ser obrigatória! Espero bem que ainda a consiga fazer antes de se legalizarem as autorizações de compra de terrenos na Lua…!

*** Homenagem aos Bombeiros.

Comida Viva

Num passado recente tive conhecimento de que há uma outra forma de fazer refeições saudáveis. Basicamente tem a ver com germinação de sementes antes de preparar e só utilizar os alimentos que menos precisem de ser cozinhados ou alterados pelo calor. 

No momento estava a lavar louça de costas para a televisão e, antes de ter tempo de limpar as mãos e de me voltar para ver e ouvir com atenção o que estavam a dizer, o meu cérebro imediatamente foi buscar "ao meu disco rígido natural" as memórias das várias imagens de todos os alimentos e pratos de comida que eu já tinha fotografado - prática muito em voga agora nas redes sociais. Não estou de todo a criticar quem o faz! Até porque acho muito bem que cada vez mais pessoas se preocupem com essas questões! Na verdade, é no agir e no passar da palavra do conhecimento comum que mais se enraízam os bons hábitos! Infelizmente alguns dos maus também... mas isso já é outro debate e eventualmente ficará para um outro post!

Voltando ao assunto que me interessa - fiquei muito contente comigo naquele preciso momento em que limpava as mãos e pensei: "olha que giroooo! Mas isso já eu façoooo - consigo dar 'verdadeira vida' à comida... logo posso considerar que a minha dieta é de 'Comida Viva' ".

Passo a apresentar as fotos que me passaram pela mente - todas "feitas", vistas e, fotografadas por mim:

                             
 [obrigada ao fogão, à mesa, ao terraço/esplanada e à dedicação da Betty]




            [alimento consumido cru - portanto, foi comido como "Comida Viva" - desculpem os trocadilhos mas a culpa é mesmo da Língua Portuguesa.]




 [esta comida então, estava "viva demais" - eu diria mesmo hiper-activa! :-/ ]




Pronto, como já devem ter percebido, não era nada disto que estavam a falar na televisão...!!!

Eu sei, eu sei... uma pessoa normal estaria aqui apenas a postar fotos tipo esta:


[Obrigada à minha família de amigos Holandeses que me proporcionaram tirar esta foto no Restaurante Cais da Praia]





Agora a sério - não vou promover ou indicar links sem conhecimento de causa... mas procurem na net Comida ou Alimentação Viva porque é capaz de ser muito interessante, saudável e ecológico.

Pois...também imagino que agora estarão alguns de vocês a comentar: "eichhh, que desactualizada que ela estáaaaa...!"
Eu respondo: "é muito provável mas com a quantidade de anos de culinária traumatizante e obrigatória que tive, agora, qualquer espaço de tempo superior a uma hora na cozinha faz-me urticária e borbulhas com 'cagulos'! Além disso a minha Estrela-Mãe não fez o sacrifício de me gerar com os pés mais pequenos para eu chegar mais perto do fogão... foi só mesmo para economizarmos no valor dos sapatos quando estão em saldos!"