Nem sempre conseguimos transmitir com imagens ou palavras aquilo que na verdade vemos ou sentimos
Yes, and here it is - another post. Finally!
Sim, têm muita razão! Tanto tempo à minha espera é inadmissível!!!
Aos muitos que me perguntaram o porquê deste meu longo silêncio, fui dizendo que tinha o blog em "coma induzido" e que precisava de espaço, tempo, tratamentos e resoluções.
Então vou tentar explicar de forma resumida (tarefa difícil pra mim!) alguns porquês desta minha ausência. Tentarei também fazer com que entendam a co-relação entre este meu novo post e o anterior - de há quase dois anos e meio atrás...ouch - shame on me!
Pois é! Para quem ainda se lembra - e para os que não se lembram, isto também é válido - este blog foi criado por uma das habitantes do meu coração (obrigada Totós), logo após a "mudança de morada" da minha Mãe e para que eu pudesse viajar sem sair do lugar. Deixei-o em banho-maria durante nove meses, até que, num belo dia, nasceu.
Nessa altura queria cumprir uma promessa de escrita feita à pessoa que me inventou e que mais me amou neste planeta (e se calhar no outro também) - escrever um livro essencialmente sobre a sua experiência de vida e valentia para suportar o seu "catálogo de doenças", tal como dizia. Sorria e soltava sempre uma gargalhada por se recordar do seu querido Raul Solnado - afinal estava a roubar-lhe a expressão num dos seus sketchs favoritos e que se chamava A Ida ao Médico.
Sou quase como o José Cid - já quis ser tudo nesta vida. Em pequenina queria ser médica ou enfermeira para ter o poder de curar a minha mãe. Não cheguei lá por motivos vários mas, tive muitos cursos intensivos e com tratamento de choque que me obrigaram a aprender muito - não sou médica nem enfermeira mas sou quase...sem canudos, é certo (pelo menos desde que perdi os caracóis do cabelo). No entanto, já aumentei a esperança de vida a algumas pessoas em meses e até em largos anos. A intenção da minha Mãe era exactamente que eu transmitisse através da escrita de que "ter doenças não é ser doente" e de que, mesmo que na realidade se seja doente, também nem sempre se morre assim com três pancadas - são precisas quatro ou muitas mais!!!
Espero bem ter uma vida muito longa já que fui fabricada desta forma - cheia de mil "pancadas"...! Espero bem ter tempo para honrar e conseguir cumprir algumas das tarefas prometidas à minha Mãe, às Estrelas e a tantas outras mil pessoas espalhadas por esse mundo fora. Acima de tudo, espero conseguir co-relacionar as habilidades e verdadeira Arte de todos os meus amigos, conhecidos e familiares, com a cultura e riqueza do nosso País. Apenas porque mesmo sabendo tão pouco me orgulho de mostrar o tanto que temos.
Uma dessas mil pancadas que possuo é o Mar. Sempre o mar... mas não tenham ilusões porque as outras novecentas e noventa e nove vêm logo seguidinhas: Pedras (pedras mesmo!); Conchas, o Sol; a Lua; Árvores - as minhas grandiosas e resistentes árvores; Nuvens; Baloiços; Crianças; Animais (excluindo melgas que me fazem "cagulos" monumentais e outros "derivados" com os quais não consigo relacionar-me muito bem, confesso!); Flores; Pessoas; Artes; Estrelas; Luzes... e nunca mais acaba! Vejo tudo à minha maneira - tal como todos nós - e invento que o mundo é todo meu, da forma que quero, só porque quero.
Às vezes o mundo é todo meu também (photo by Manuel Araújo Photographer)
É aqui que entra a lógica do título do post - Brain Pro - sim, declaro para os devidos efeitos que a expressão foi inventada por mim e quem disser o contrário eu processo - fico "tesa" da mesma forma mas nada a que o País e circunstâncias da vida não me tenham já feito ganhar calo.
Obviamente Brain Pro advém da lógica da Go Pro - e sim, vivam as novas tecnologias, claro! Mas, tenho a convicção de que invente o Homem o que inventar nada lhe será superior a si mesmo, nem à capacidade do seu cérebro. Quantas e quantas vezes já nos aconteceu querer registar aquele momento, naquele segundo, naquele lugar, daquela forma e, a natureza ou até o simples facto de existirmos não permitem.
Também é verdade e concordo com a frase "uma imagem vale mais do que mil palavras", mas desculpem-me todos os amantes da fotografia - eu também sou - não posso concordar inteiramente. Uma fotografia, não regista a exacta forma como vemos, como sentimos, "como temos" naquele instante... não capta cheiros nem sentimentos. Portanto, por vezes as palavras fazem falta, nem que seja para descrevermos a nós mesmos o que queremos guardar para sempre; fazem falta para mostrar ilustrado ao nosso cérebro a imagem que queremos guardar pelo tempo que a memória permitir. E, se pensarmos melhor, por vezes até o silêncio tem uma imagem e um sabor mais nítidos do que possamos imaginar.
Pois é! Frequentemente me falha o registo da imagem ou porque me esqueço do "aparelhómetro", ou porque não tenho espaço de memória suficiente (aliás, nunca tenho espaço de memória...!) ou até mesmo porque não me apetece! Sim, às vezes não me apetece sequer estragar o sabor do momento com o facto de ter de me movimentar para fotografar - quando me preparo para o registo da imagem, o sabor já passou. Por vezes, até o melhor elemento ou protagonista da imagem, já passou em segundos. É quase como uma droga que deixa de fazer efeito quando te dão o antídoto. Claro que estou a falar de tudo isto no campo da vertente positiva... a outra vertente agora não é para aqui chamada!
Então? O que é melhor? Ver sempre através da lente ou atrever-mo-nos a deixar passar o registo da imagem para guardar o instante na nossa Brain Pro interna? Pois...não tenho vergonha de dizer que ainda não sei mas, consigo afirmar que vou continuar a fazer o que me der na real gana na maioria das vezes e, também que faço questão de usar muito mais a minha Brain Pro do que propriamente a Go Pro (Ah, esqueci que ainda não tenho Go Pro...).
Também não tenho vergonha de dizer que irei continuar a aborrecer os amigos, conhecidos e desconhecidos para pedir todas as fotos/momentos/registos que me fizerem falta... só porque em certas alturas estive muito mais empenhada em usufruir do instante do que em registá-lo. Espero que me entendam e que me desculpem! Aliás, são obrigados a desculpar porque, há alguns anos atrás tive um "Mestre" de fotografia que deu o seguinte ensinamento: "vejam a fotografia da vossa forma, ainda que não seja perfeita nem bonita e, acima de tudo, quando viajam, usufruam dos lugares e dos momentos sem se preocuparem se aparecem nas fotos ou sequer, se têm fotos"! Recordo-me de ter pensado: "olha que bom - afinal eu sou quase normal!". Ainda hoje quando me vêm a fotografar - por vezes mal posicionada, torta e a focar o menos improvável - dizem-me: "olha como ela está?! Deve sair uma fotografia linda...". Sei que estão a tentar irritar-me e a depreciar a minha óptica mas a isso costumo responder: "eu é que sei!!!" E quem me conhece em inúmeras e hilariantes histórias, "eu é que sei" já é uma frase famosa!
É importante dar um tecto ao nosso próprio tecto
E como é tão importante termos um "tecto", seja ele físico ou fictício, espero portanto conseguir com o re-acordar deste blog, dar um Espaço em Branco a mim mesma e a tantas outras pessoas, de forma a que seja preenchido com alguma riqueza em forma de luz, arte ou pedras preciosas e, fazer com que algumas "partículas vivas" deste nosso planeta, onde quer que estejam, se sintam acolhidas e protegidas na sua própria "casa", ainda que em certos dias não consigam ver mais do que o Sol ou as Estrelas.
No matter what, never forget to fight even if during several days you feel like a statue and can't move one finger towards your dreams...the secret is always waiting or rest for a while and be strong enough to achieve the next step. Then, you are ready again to climb your own stairs.
Estátua do Parque Dom Carlos I - Caldas da Rainha
Alda Silvestre
Início do post: há seis meses...
Conclusão do post: 22 Dezembro 2016
É inadmissível!!! Escreves tão bem (de dar inveja a uma não invejosa como eu,pronto, sou um "cadinho") e fizeste um silêncio do caraças tanto tempo e sabes? O pior que me podem fazer é entrar em silêncio!...sabes isso! Toca a escrever senão a gente, nozes duas, mim e ti...temos uma conversa de ao pé da orelha, ou antes arranca orelha! Beijinho.
ResponderEliminarPronto...já vi que tenho uma nova fã. Acho é preferível a conversa ser só ao pé da orelha - afinal és tu quem usa brincos ;)
EliminarAh, e o silêncio por vezes também cura e liberta...
Obrigada por me leres e gostares de tudo ou quase tudo! :) Bjnhs